Kings of Convenience regressam ao COOLJAZZ para mais um concerto memorável

Kings of Convenience regressam ao COOLJAZZ para mais um concerto memorável. A convite da promotora Live Experiences, a dupla norueguesa de indie folk, conhecida pelos arranjos acústicos delicados e letras introspetivas, deliciou o público presente na noite de 19 de julho no Hipódromo Manuel Possolo, no palco do COOLJAZZ.

Foi nesta calma e fresca noite de julho que se iniciou mais uma edição do COOLJAZZ, festival que atinge este ano a maioridade. O vento que se fazia sentir não foi suficiente para demover o público de se ir juntando para ver a banda de abertura, as Golden Slumbers. Esta dupla portuguesa composta pelas irmãs Catarina e Margarida Falcão conta com claras influências da música folk,  e com a presença minimalista dos seus instrumentos criaram um ambiente descontraído e intimista nesta introdução aos Kings of Convenience, banda que, segundo ambas faz parte das suas vidas desde os 15 anos. Despediram-se, por entre múltiplos aplausos do público espalhado pelo Hipódromo, com “Mourning song” cantada em conjunto com os presentes: «Theres a hole in my soul, in my heart, from the start».

Nesta 18ª edição do festival, já perto das 22h, os vários fãs de Kings of Convenience foram enchendo os vários espaços em pé e sentados. Pisando o palco na hora marcada, questionaram de imediato quantos dos presentes estiveram também último concerto da banda no COOLJAZZ, em 2008. Foi muito claro que muitos dos fãs os continuam a seguir mas também que a adesão do público nas camadas mais jovens era notável. Para os fãs que os acompanham há mais tempo deixaram logo o mote de que muitas das músicas que iriam tocar seriam agora do mais recente álbum “Peace or Love”, lançado em 2021 e foi com este álbum que se iniciou uma noite memorável.

Desde o início do concerto que o público foi cativado pela química musical e humor inegáveis de Erlend Øye e Eirik Glambek Bøe, ilustradas a cada pausa entre músicas. Logo com a primeira canção da noite, Comb My Hair, a dupla absorveu de imediato a atenção do público. Finalizaram esta música com um pedido ao público de um spray anti mosquitos e tiveram a sorte de uma das raparigas das primeiras filas o ter. Aproveitaram para lhe dedicar a música seguinte, Rocky Trail.

Seguimos com Cayman Islands, Angel e Killers, onde a dupla pediu ao público para se juntar a estes com estalidos de dedos. Sem qualquer dúvida que a dinâmica entre ambos era notável, desde a entrega da guitarra a Erlend em Killers, à própria fusão do som entre ambas as guitarras, o que cativou e deliciou todos os ouvintes.  Dada a grande quantidade de pessoas presentes, Eirik comentou, em tom de humor, que afinal são imensamente populares em Portugal.

A partir de Catolic Country e Mrs. Cold sem dúvida que os Kings of Convenience conseguiram mover todo o público a desfrutar ainda mais deste concerto: todos se levantaram para cantar em conjunto com a banda, o que continuou com a icónica faixa Know-How, de “Riot on an Empty Street”, onde o duo norueguês surpreendeu todos ao convidar dupla Golden Slumbers ao palco para assegurar o dueto presente nesta música, cantado por Feist na versão original. A fusão das vozes femininas do público com as Golden Slumbers foi um dos momentos de maior intimidade entre os artistas e o público, que marcou certamente as irmãs Falcão e que, tão cedo, não será esquecido.

Neste ponto, já a meio do espetáculo, foi o momento de entrarem mais dois elementos: Davide e Tobi, no baixo e violino, respetivamente. Eis então que o espetáculo se transforma com a nova sonoridade que entrava de rompante pelo espaço, numa experiência quase magistral, aumentando ainda mais a intensidade deste concerto.

A adição destes instrumentos, em particular os solos de violino de Tobi, levaram a que os ouvintes ficassem ainda mais agradados com o desempenho da banda, que provou surpreender ainda mais ao vivo.

Em Boat Behind, música icónica do grupo, a banda decidiu fazer uma sugestão ainda mais arrojada e pediu para que o público avançasse as grades das filas da frente, “like in a rock concert“, brincavam. Erlend pediu ainda ao público mais uma vez a sua participação, mas agora imitando sons de chuva e vento

Os grandes êxitos, já com o público de pé, ficaram reservados para o final do concerto, êxitos como Misread, Fever e I’d Rather Dance With You, terminando com 24-25 em encore. É então assim que o grupo fecha assim esta noite tal como a iniciou, com um tom mais suave e intimista, que faz jus à sua própria essência, deixando os fãs ansiosos por um regresso ao COLLJAZZ que, esperemos, demore menos que 15 anos.

Este concerto foi mais uma prova de que a banda é como o vinho do Porto, apenas melhora com a idade. Mesmo após mais de 20 anos de carreira Kings of Convenience mostram que mantêm a sua capacidade de envolver o público com as suas melodias, humor e desempenho em palco, num espetáculo quase despido de instrumentos. Esta foi mais uma noite inesquecível para o COOLJAZZ, que certamente marcou os corações de todos os que assistiram. Os Kings of Convenience seguem agora para Espanha para dar o seu último concerto pela Europa e terminarão a sua digressão em outubro e novembro nos Estados Unidos.

TEXTO - RICARDO SILVA

FOTOGRAFIA - ALEXANDRE BRÁS

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